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terça-feira, 3 de junho de 2008

O remador é um incompetente

Lê-se numa crónica que no ano de 2005 se celebrou uma competição de remo entre duas equipas, uma composta por trabalhadores de uma empresa portuguesa e a outra pelos seus congéneres japoneses.
Dada a partida, os remadores japoneses começaram a destacar-se desde o primeiro instante. Chegaram à meta primeiro, e a equipa portuguesa chegou com uma hora de atraso.
De regresso a casa, a direcção reuniu-se para analisar as causas de tão desastrosa actuação e chegaram à seguinte conclusão: detectou-se que na equipa japonesa havia um chefe de equipa e dez remadores, enquanto que na equipa portuguesa havia um remador e dez chefes de serviço, facto que seria alterado no ano seguinte.
No ano de 2006 e após ser dada a partida, rapidamente a equipa japonesa começou a ganhar vantagem desde a primeira remadela. Desta vez a equipa portuguesa chegou com duas horas de atraso. A Direcção voltou a reunir após forte reprimenda da Gerência e viram que na equipa japonesa havia um chefe de equipa e dez remadores, enquanto que a portuguesa, após as eficazes medidas adaptadas com o fracasso do ano passado, era composta por um chefe de serviço, dois assessores da Direcção, quatro de chefe secção e um remador.
Após minuciosa análise, chega-se à seguinte conclusão:
- O remador é um incompetente!
No ano de 2007, como não podia deixar de ser, a equipa japonesa adiantou-se mal foi dada a partida. A embarcação que este ano tinha sido encomendada ao departamento de novas tecnologias, chegou com quatro horas de atraso.
Após a regata e para avaliar os resultados, celebrou-se uma reunião ao mais alto nível no piso superior do edifício, chegando-se à seguinte conclusão: este ano a equipa japonesa optou novamente por um chefe de equipa e dez remadores. A equipa portuguesa, após uma auditoria externa e um assessoramento especial do departamento de informática, optou por uma formação mais vanguardista, composta por um chefe de serviço, três chefes de secção, dois auditores da Arthur Andersen e quatro securitas que controlavam a actividade do único remador, ao qual se tinha aberto processo disciplinar e retirado todos os bónus e incentivos devido aos fracassos de anos anteriores.
Após prolongadas reuniões, decidiu-se que para a regata de 2008 o remador será contratado para o efeito, já que se notou que a partir do vigésimo quinto quilómetro o remador mostrava algum desinteresse e que atingia a indiferença na linha da meta.

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