It's time to wake up!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Amor/ódio aos famosos

Após ler o excelente post no blog de Paulo Borges "Serpente Emplumada" (http://serpenteemplumada.blogspot.com/2008/12/consideraes-politicamente-incorrectas.html) com um excerto da sua tradução para português do livro "What makes you NOT a buddhist" de Dzongsar Jamyang Khyentse Rinpoche (livro já recomendado neste blog), a ser publicada este ano, resolvi sair da mudez e publicar este post. A frase "Por pura inveja, a sociedade – frequentemente conduzida pelos media – quase sempre faz tombar alguém ou algo que experimente o sucesso" faz voltar à minha mente uma reflexão que faço com frequência ao ler alguns jornais de distribuição gratuita ou ao aceder ao yahoo para ver o meu mail. As notícias que apontam desde o mais ligeiro "descuido" ao mais profundo "defeito" de qualquer um que esteja nas luzes da ribalta são constantes. Desde alguém que apareceu "mal vestido" (leia-se fora de certos padrões que impõem ditatorialmente o que é o bom gosto) numa dada cerimónia, mas mesmo assim com roupa fora do alcance da nossa bolsa; até alguém que manifestou publicamente ou em privado (tendo sido divulgado publicamente contra a sua vontade) um comportamento fora da moral e bons costumes, o qual muitas vezes censuramos mas desejaríamos ter a liberdade de poder também fazer; passando por muitas coisas mais.
Desejamos ter alguém a quem idolatrar, queremos venerar alqueles que alcançam o que desejaríamos ter para nós. Mas ao mesmo tempo que os "amamos", a nossa inveja por eles leva-nos a "odiá-los", a estar pronto a criticá-los pela mais pequena das suas faltas às quais não seríamos na generalidade imunes se estivéssemos no seu lugar. A ironia é tal que chegamos a criticar o luxo em que vivem quando no fundo desejaríamos usufruir do mesmo ou de mais ainda, ou então desdenhamos a estrela que faz um face-lift quando venderíamos pai e mãe em troca da promessa da eterna juventude.
Mas a culpa não é dos media que por um lado constrói os ídolos e pelo outro os derruba, mas antes da nossa inveja motivada pelo nosso sentimento autocentrado e sem o qual todos esses artigos cairiam em saco roto.