It's time to wake up!

segunda-feira, 10 de março de 2008

Hoje celebra-se o dia de...

Actualmente existem dias para quase tudo e alguma coisa. A variedade é grande e praticamente infindável. Olhando para o calendário ao meu lado vejo que existe o Dia Mundial da Árvore, o Dia Mundial da Água, o Dia Mundia da Metereologia, o dia Internacional das Aves, etc.
Estes são menos conhecidos, mas toda a gente está familiarizada com o Dia Mundial da Criança, Dia do Pai, Dia da Mãe, Dia Internacional da Mulher, entre outros exemplos.
A existência de alguns até faz sentido pois relembra que existem tipos de pessoas ou coisas especiais e das quais temos de cuidar e proteger, como por exemplo as crianças, os deficientes ou as vítimas de uma doença lixada.
Por outro lado, outros dias já me parecem ser mais uma oportunidade de nos exortar a comprar mais algo com o intuito de o oferecer a uma pessoa cujo o dia se celebre. É mais uma cartada do consumismo, que para além do Natal e dos aniversários nos faz sentir obrigados a provar o nosso afecto por alguém através da oferta dum produto qualquer. Até podemos não nos dar muito bem com essa pessoa e discutir com ela durante o resto do ano, ou pelo contrário até podemos ser generosos com essa pessoa todos os outros dias, mas quando chega "aquele" dia temos de comprar algo para dar a essa pessoa porque está estabelecido que assim deve ser e temos medo de sermos mal vistos ou de a outra pessoa achar que a desprezamos ou não gostamos dela se não o fizermos. Uma verdadeira chantagem psicológica do consumismo. A lavagem cerebral de que somos vítimas tem duas vertentes: a "obrigação moral" de dar, e a expectativa de receber só porque é o "dia tal". A meu ver os presentes que mais me tocam são os que são oferecidos quando não "tem que ser" e que sejam uma demonstração de afecto, mesmo que não tenham custado peva.
Estive a falar dos dias dedicados ao pai, mãe, avó, avô, namorado/a, etc.
Mas há um caso que ainda me faz mais confusão: o facto de haver um dia da mulher e não haver do homem. A existência desta situação faz sentido no contexto de uma sociedade em que a mulher ainda é discriminada em direitos e igualdade de oportunidades. Em pleno século XXI é triste isto acontecer e ser preciso lembrar que a mulher deve estar a par do homem e não ser discriminada, especialmente ainda em países que se vangloriam da sua superioridade moral e civilizacional, como no ocidente. Porque no dia em que houver direitos e oportunidades iguais, fará tanto sentido haver dia da mulher como do homem, pois caso contrário serão os homens vítimas de discriminação em relação às mulheres ao não terem um dia especial.

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